Quando Raul resolve tentar tocar violão, Tereza corre para as panelas. Ela não tem a intenção de desestimular o marido, porém, os exercícios musicais são difíceis tanto para quem executa quanto para quem não tem outra opção senão ouvir. Além do mais, ela relaxa enquanto prepara os alimentos, cozinha por gosto. E "ai" de quem dá pitaco em seus quitutes! Raul, pleno de seu juízo, jamais interrompe tal meditação culinária. A não ser que seja requisitado, geralmente para levar o lixo até a rua ou matar baratas e outros bichos sem estimação.
- Cadê, Tereza? Não, não é. Você confundiu com um chumaço de louro – retrucou o marido.
- Então eu ia confundir aranha com louro? - revidou a esposa.
- Você tem razão, Tereza. Agora achei a aranha.
- Então mata! - implorou a mulher.
- Não posso - confessou o esposo.
- Como não pode? - pasmou Tereza.
- Meu pai sempre dizia que não se deve matar aranhas - esclareceu Raul.
- Por quê? - indagou a esposa.
- Não sei o porquê, mas se eu matar vou me sentir culpado - esmoreceu o marido.
- Se não sabe o porquê vai sentir culpa de que? - enraiveceu Tereza.
- Ah, acabei de lembrar! É porque elas comem insetos - aliviou-se o marido.
- Mas não tem nenhum inseto aqui! Mata logo! - impacientou-se a mulher.
- Não tem inseto aqui justamente porque tem uma aranha - gabou-se Raul.
- Eu prefiro os insetos do que a aranha - choramingou a esposa.
- Mas podemos atrapalhar a cadeia alimentar - instruiu o marido.
- Cadeia alimentar na nossa cozinha? Isso é sério? - ironizou Tereza.
- Coisa que pai fala sempre é séria - declarou Raul, cheio de convicção.
Raul jamais conseguiu contrariar o pai, nem depois de perdê-lo para um infarto fulminante. O violão foi herança do velho. Perdido em sua nostalgia, ele já ia se esquecendo de Tereza e seu problema doméstico.
- Então arranja uma formiga pra comer a aranha. Tem um monte aí na mesa – apontou a mulher.
- Formiga? Do tipo gigante? – perguntou o marido, rindo.
- Minha mãe sempre dizia que formiga come aranha. Não sei, de repente se a aranha estiver cambaleante a formiga dá conta – tentou argumentar a esposa.
Tereza lembrou-se da praticidade, muitas vezes hilária, de sua mãe. A dona Celeste tinha resposta pra tudo, das mais sábias às mais descabidas. No final das contas, ela sempre elogiava o marido, numa espécie de psicologia conjugal. E seu Onofre, sentindo-se poderoso, resolvia os perrengues. Talvez isso funcionasse com Raulzito.
- Mas formiga não é inseto? Você disse que não havia insetos aqui! – queixou-se o marido.
- E você, sabichão, disse que a aranha garantia a ausência deles. Agora que a aranha não tem mais função na cadeia alimentar da nossa cozinha, toca essa aranha daqui. Toca, Raul! Toca, Raul!
5 Lembretes .:
E você, sabichão, disse que a aranha garantia a ausência deles. Agora que a aranha não tem mais função na cadeia alimentar da nossa cozinha, toca essa aranha daqui. Toca, Raul! Toca, Raul!
ieouwoieuiowueowoueuwoieuwoieu' pala pala!
KKKKKKKKKKKKKK' aaadorei, tem que ser assim mesmo , tem que ter resposta pra tudo pra convencer esses homens *-* '
Homens são dificeis de convencer .
jiodjsiojdoijsaoidjoisajoidjs
boooa deeby :D
essa "homaiiada" ta difíciil d convenceer!
beeeijão!
Débbie, fantástico!!!
Muito bom, engraçado e leve...
Adorei, vou colocar o link dele no meu blog, vou indicar e vou reler sempre que quiser dar risada!
Meeeesmo!!
Parabéns!
PS: Eu simplesmente abomino aranhas, se eu fosse a Tereza eu dava na cara do Raul com essa história de cadeia alimentar de cozinha. ¬'
Postar um comentário